Combatimento
Amor é guerra.
Somente ingênuos ignoram.
Perfídia
Mentira
Violência
Rapto
Desprezo
Solidão
Estupor
Tudo isto nos dá o amor.
Cruel iniciação,
mergulho na algaravia.
Amor, morte e ressurreição.
Estranho caminho,
Implacável porfia.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Somos homens de Caim
Im memoriam Max Jacob
Somos homens de Caim
Somos bastardos de Esaú
Somos párias de Judas
Invejamos nosso pais,
A ninguém somos gratos,
Preterimos o beijo à culpa.
E procuramos na prece
a benção ao nosso ódio.
Somos homens de Caim.
Não desejamos,
ambicionamos.
Vivemos de truques,
Obedecemos
para ter precedência.
Somos bastardos de Esaú.
Tartufos do espírito
sentamos na poltrona da hipocrisia.
Somos cômicos da dor.
Preferimos a fuga ao paraíso.
Temos raiva do anjo.
Somos párias de Judas.
Im memoriam Max Jacob
Somos homens de Caim
Somos bastardos de Esaú
Somos párias de Judas
Invejamos nosso pais,
A ninguém somos gratos,
Preterimos o beijo à culpa.
E procuramos na prece
a benção ao nosso ódio.
Somos homens de Caim.
Não desejamos,
ambicionamos.
Vivemos de truques,
Obedecemos
para ter precedência.
Somos bastardos de Esaú.
Tartufos do espírito
sentamos na poltrona da hipocrisia.
Somos cômicos da dor.
Preferimos a fuga ao paraíso.
Temos raiva do anjo.
Somos párias de Judas.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Ouro podre
E de Minas brotou o ouro podre:
Caudaloso e voraz,
Glutão de almas e espíritos.
Ouro de cemitério,
Ouro de sacrilégio,
Ouro de penitência sem mérito,
Ouro de pecado pretérito,
Ouro de hospício,
Ouro de silício,
Ouro de quizila,
Engano de Sibila,
Ouro de tolo,
Ouro de lobo,
Ouro da impostura,
Vomitando terra impura,
Batizado em água escura.
E de Minas brotou o ouro podre:
Caudaloso e voraz,
Glutão de almas e espíritos.
Ouro de cemitério,
Ouro de sacrilégio,
Ouro de penitência sem mérito,
Ouro de pecado pretérito,
Ouro de hospício,
Ouro de silício,
Ouro de quizila,
Engano de Sibila,
Ouro de tolo,
Ouro de lobo,
Ouro da impostura,
Vomitando terra impura,
Batizado em água escura.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Amor
I
Nesta noite de solidão e inépcia,
o amor se doou a mim em ironia.
E em desprezo por meus apegos banais,
doou-se tão inteiramente
que mal pude compreendê-lo.
Luta de espadas,
ritmos sem sentido,
ancas que se batiam,
no desejo de se possuir, possuindo.
Lua e sol ásperos,
que se corroeram
no zero, no um, no infinito.
O amor me hauriu,
me derrotou.
Já não posso mais ser.
Resta-me estar em falta,
na querência de sua presença.
I
Nesta noite de solidão e inépcia,
o amor se doou a mim em ironia.
E em desprezo por meus apegos banais,
doou-se tão inteiramente
que mal pude compreendê-lo.
Luta de espadas,
ritmos sem sentido,
ancas que se batiam,
no desejo de se possuir, possuindo.
Lua e sol ásperos,
que se corroeram
no zero, no um, no infinito.
O amor me hauriu,
me derrotou.
Já não posso mais ser.
Resta-me estar em falta,
na querência de sua presença.
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