sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Amor

I
Nesta noite de solidão e inépcia,
o amor se doou a mim em ironia.
E em desprezo por meus apegos banais,
doou-se tão inteiramente
que mal pude compreendê-lo.
Luta de espadas,
ritmos sem sentido,
ancas que se batiam,
no desejo de se possuir, possuindo.
Lua e sol ásperos,
que se corroeram
no zero, no um, no infinito.
O amor me hauriu,
me derrotou.
Já não posso mais ser.
Resta-me estar em falta,
na querência de sua presença.

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