Elegias
I
De ti, Ligia , nao quero a alma,
nem mesmo o corpo,
forma fugidia e sagaz,
esconderijo de imperfeições futuras.
De ti quero somente
os encantos e enleios vis,
com que animas o gozo de mim mesmo.
II
Teu carinho venal me compraz, me completa.
És honesta e voraz em teu ofício,
A preço justo, não te furtas à entrega,
E não negas o gozo em teu benefício.
III
De tua histeria, Lígia , crio minha história
de amor, enganado pela rudeza do instinto.
Do banal e do risível retiro sutil alento,
pois vero amor assim nasce: do vulgar e da escória.
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