Manual da perda de
autoconfiança I
O casamento se foi , o trabalho perdeu o sentido. Aquela tão
poderosa razão não foi suficiente para encontrar oportunidades e soluções.
Todas as suas expectativas sobre você mesmo e o mundo se desintegraram. O ciclo
de prosperidade se desfez e não realizou todas as promessas.
Você se esforçou para lidar com este mar revolto : yoga, terapias, individuais e em grupo, tradicionais e alternativas, antidepressivos. Defendeu seus direitos em
assembleias, procurou novos empregos e fontes de renda, reconverteu-se ,
procurou novas crenças, finalmente voltou á sua crença de batismo.
Nas amizades um vendaval
levou os antigos amigos. Os que ficaram ou os que voltaram, permaneceram
em uma distância respeitosa ou se viram a braços como suas próprias crises. Amigos
novos surgiram, para sumirem logo na esquina. Alguns deles, vampiros para sugar
sua energia vital ou mesmo seu dinheiro.
Mas você resistiu e conseguiu encontrar uma nova companheira.
Mais ainda aquele filho sonhado nasceu. E você conseguiu financiar uma casa
nova, tudo isto para de repente se ver
em situações de crises similares ao seu primeiro casamento.
Mais ainda seu salario foi cortado. A nova companheira
tornou-se um pesadelo de convivência, um inferno ambulante a lembrar todas as rejeições que você já sofreu na vida,
mais as que vieram com a idade. Seu filho estava na sua casa, mas você se
sentia literalmente proibido pela harpia domestica dele se aproximar.
Você pensou em mudar de país. Mas ficou sem dinheiro até
para comprar uma passagem para o exterior. Além disso , o ciclo da vida mostrou
cedo seu peso, e você, claro, não esteva preparado.
A mãe que o amava e quebrava os galhos na hora que o cartão de crédito excedia os limites
subitamente falece de acidente. O pai tornou-se senil e aquela irmã que morria
de inveja de suas conquistas e concentrou
todos os pequenos elementos de sua massa
cinzenta em lhe acusar e atazanar, finalmente de você se torna próxima, para
cobrar o suporte de seu pai, que você , noblesse oblige, aceita.
Alias, você tentou apoia-lo,
sempre, a despeito das crises que
tornavam impossível você seguir ambições
pessoais e estar presente para ele, o qual, inerme, preferia se fazer ausente em seu
mutismo solitário. Claro você não o entendeu e preferiu censurá-lo, muito mais
do que ouvi-lo. Ele também, dolorido de não ser ouvido , preferiu não falar
mais.
Mas você aceitou seu pai e dele cuidou com enormes sacrifícios
, algo que sua queirda irma apostou que você não faria.
No wonder você quebrou financeiramente com tantos
compromissos e pressões.
E vieram processos na justiça . perda da casa, dívidas
, dívidas , dívidas, sem contar aquele despacho que você pagou pelo champagne
do babalaorixá,
Mas se você passou por tudo isto e ainda não morreu, não se iluda
, você tem uma grande capacidade de reação e sobrevivência e você merece ainda
dar um credito á sua vontade de viver.
Nos próximos números espero tornar isto claro a você e compartilhar experiências que permitam você construir a partir destes abalos
um vida decente para você , qualquer que seja o significado que você venha a
dar a esta expressão .
Pois se trata disto, você
é mais resistente do que pensa . O que você
precisa aprender é não se deixar levar por noções de sucesso ou fracasso, que
perdedores e zumbis tentam apor a você.
Vejo você no próximo número
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