sexta-feira, 2 de outubro de 2015

manual da perda de autoconfiança

Manual da perda de autoconfiança I

O casamento se foi , o trabalho perdeu o sentido. Aquela tão poderosa razão não foi suficiente para encontrar oportunidades e soluções. Todas as suas expectativas sobre você mesmo e o mundo se desintegraram. O ciclo de prosperidade se desfez e não realizou todas as promessas.
Você se esforçou para lidar com este mar revolto : yoga,  terapias, individuais e  em grupo, tradicionais e alternativas,  antidepressivos. Defendeu seus direitos em assembleias, procurou novos empregos e fontes de renda, reconverteu-se , procurou novas crenças, finalmente voltou á sua crença de batismo.
Nas amizades um vendaval  levou os antigos amigos. Os que ficaram ou os que voltaram, permaneceram em uma distância respeitosa ou se viram a braços como suas próprias crises. Amigos novos surgiram, para sumirem logo na esquina. Alguns deles, vampiros para sugar sua energia vital ou mesmo seu dinheiro.
Mas você resistiu e conseguiu encontrar uma nova companheira. Mais ainda aquele filho sonhado nasceu. E você conseguiu financiar uma casa nova,  tudo isto para de repente se ver em situações de crises similares ao seu primeiro casamento.
Mais ainda seu salario foi cortado. A nova companheira tornou-se um pesadelo de convivência, um inferno ambulante a lembrar  todas as rejeições que você já sofreu na vida, mais as que vieram com a idade. Seu filho estava na sua casa, mas você se sentia literalmente proibido pela harpia domestica dele se aproximar.
Você pensou em mudar de país. Mas ficou sem dinheiro até para comprar uma passagem para o exterior. Além disso , o ciclo da vida mostrou cedo seu peso, e você, claro, não esteva preparado. 
A mãe que o amava e quebrava os galhos na hora  que o  cartão de crédito excedia os limites subitamente falece de acidente. O pai tornou-se senil e aquela irmã que morria de inveja de suas conquistas e  concentrou todos os pequenos elementos  de sua massa cinzenta em lhe acusar e atazanar, finalmente de você se torna próxima, para cobrar o suporte de seu pai, que você , noblesse oblige, aceita.
Alias,  você tentou apoia-lo, sempre,  a despeito das crises que tornavam impossível você  seguir ambições pessoais e estar presente para ele, o qual,  inerme, preferia se fazer ausente em seu mutismo solitário. Claro você não o entendeu e preferiu censurá-lo, muito mais do que ouvi-lo. Ele também, dolorido de não ser ouvido , preferiu não falar mais.
Mas você aceitou seu pai e dele cuidou com enormes sacrifícios , algo que sua queirda irma apostou que você não faria.
No wonder  você quebrou financeiramente com tantos compromissos e pressões.
 E vieram  processos na justiça . perda da casa, dívidas , dívidas , dívidas, sem contar aquele despacho que você pagou pelo champagne do babalaorixá,
Mas se você passou por tudo isto e ainda não morreu, não se iluda , você tem uma grande capacidade de reação e sobrevivência e você merece ainda dar um credito á sua vontade de viver.
Nos próximos números espero tornar isto claro a você  e compartilhar experiências  que permitam você construir a partir destes abalos um vida decente para você , qualquer que seja o significado que você venha a dar a esta expressão .
 Pois se trata disto, você é mais resistente do que pensa . O  que você precisa aprender é não se deixar levar por noções de sucesso ou fracasso, que perdedores e zumbis tentam apor a você.
Vejo você no próximo número

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