segunda-feira, 5 de outubro de 2015

                                               Mais elegias

Teus seios ,Ligia, outrora alvos e firmes,
Hoje estão lassos e fatigados,
Com tristes nódoas e traços do tempo.
Cronos, cruel, nos rouba vigor e contento.
Mas não te aflijas , ó cara, com estes males vis.
Pois o que era antes prazer teso e bravo,
Hoje fornece descanso e afago.
                                               II
Deixo , Lígia , teu quarto
Vazio e pleno, vibrante e gasto.
Amor esta noite não foi avaro.
Teus beijos, gozos , falas me agradaram.
Nosso prazer tem um futuro.
                                               III
Não me atormentes, Ligia, com obrigações.
Ostentações do ego,
Fugas, solidões,
Ilusões de empenho,
Roubam-nos alegria, lucro , engenho,
No deleite, no calor,
Roubam-nos tempo
                                               IV
Teu sorriso fez-se manhã arredia
Promessa do fim de vãs porfias
Encanto honesto de quem cede sendo.
Amor venéreo terá seu dia.
                                                               V
Tristes sombras pervagam entrem mim e ti, Ligia,
Sombras de rancor, tédio e cansaço.
Excrementos de passado, que desviam do prazer presente.
Teu amor Ligia , me relaxa e revigora,
Mas não consola.


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