segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Narrativas da mudança

Buscamos explicações narrativas do nosso sofrimento de modo a nos consolar ou encontrar remédios que nos impulsionem para fora dele. Religião e psicanalise, sobe este prisma, são a mesma coisa. Racionalistas tendem a ignorar o problema, dizendo que somente a razão pode nos tirar deste amargor, minimizando emoções ou dando a elas um tratamento clínico.
Mas emoções têm um história e um tratamento puramente clínico ou uma tábula rasa delas só se faz ao custo de simplesmente virar um identidade psicológica de cabeça para baixo , seja através das drogas, seja por meio de radical desenraizamento ( lobotomia?), com consequências nem sempre previsíveis.
Curiosamente a religião promete a voce uma nova identidade, ainda que fale em aceitarmos a nós mesmos: E nesta ceitação fiamos como o antigo, que queremos expelir? Ou partimos para um novo que se revela tão ilusório quanto o antigo?
De servos de nossas paixões , tornamo-nos servos de nossas crenças.
O fato é que alguns. talvez a maioria, simplesmente não conseguem ser senhores de si.
Esperar por Deus é também um processo tenso e conturbado. Não existe  progresso linear do sofrimento para a felicidade. Nenhum caminho tem êxito garantido . A vida é um grande risco e talvez Deus nãos nos deva muita coisa para nos ajudar. Mesmo com Deus como guia ou como ícone , muitas pessoas não conseguem subir a esplanada. Agarram-se a um árvore ou punhado de terra , pois não se sentem capazes de prosseguir ou não conseguem divisar o fim da jornada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário